3ª Série - Sociologia: Cap. 10 e 11 - AC1 3º BIM

O objeto de estudo da sociologia remete ao social. Alguns delimitam tal objeto a partir de um conceito

específico e assim constroem sua abordagem sociológica. Tendo em vista que os sociólogos clássicos lançaram as bases

para a constituição da sociologia como ciência, verifica-se que uma das definições do objeto de estudo da sociologia é:

• a ação social, tal como especificou Weber.

• a modernidade, tal como colocou Comte.

• a comunicação, tal como desenvolveu Adorno.

• a luta de classes sociais, tal como definiu Marx.

• a consciência coletiva, tal como apontou Durkheim.

A menos que seja um físico, quem anda num bonde não tem ideia de como o carro se movimenta. E não precisa saber.

Basta-lhe poder contar com o comportamento do bonde a orientar sua conduta de acordo com sua expectativa; mas nada sabe sobre o que é necessário para produzir o bonde ou movimentá-lo. O selvagem tem um conhecimento incomparavelmente

maior sobre suas ferramentas.

WEBER, M. A ciência como vocação. In: GERTH, H.; MILLS, W. Max Weber. Ensaios de Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. p. 165.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a sociedade moderna, conforme Max Weber, assinale a alternativa correta.

• O desencantamento do mundo destitui o Ocidente de um elemento diferenciador em relação ao Oriente: as

  ações sociais dotadas de sentido.

• O desencantamento do mundo é um fato social que atua como força coercitiva sobre as vontades individuais, visando

  à construção da consciência coletiva.

• O avanço da racionalidade produz, também, uma maior revitalização da cultura clássica, dado que amplia o alcance

  das escolhas efetivas disponíveis.

• O homem moderno detém menor controle sobre as forças da natureza, em comparação com o domínio que

  possuí a o “selvagem”.

• A secularização da vida moderna e o consequente desencantamento do mundo sã o expressões da racionalização ocidental.

Max Weber (1864-1920) afirma que:

Devemos conceber o Estado contemporâneo como uma comunidade humana que, dentro dos limites de determinado

território [...], reivindica o monopólio do uso legítimo da violência física.

Weber, Ciência e Polí tica: duas vocações. Sã o Paulo: Cultrix, 2006, p. 56.

Assinale a alternativa CORRETA, a respeito do significado da afirmação de Weber.

• Todos os cidadãos reconhecem como legítima qualquer violência praticada pelos agentes do Estado contemporâneo – por exemplo, quando a polícia usa balas de borracha contra grevistas,

• Outros grupos também podem utilizar a violência como recurso – por exemplo, as empresas privadas de vigilância – independente da autorização legal do Estado.

• Atualmente, o Estado é o único agente que utiliza a violência (ameaças, armas de fogo, coação física) como meio

  de atingir seus fins – assim a segurança de todos os cidadãos está garantida.

• O Estado foi sempre o ú nico agente que pode utilizar legalmente a violência com o consentimento dos cidadã os – a violência dos pais contra os filhos, por exemplo, sempre foi ilegal.

• Para Weber, no caso do Estado contemporâneo, apenas seus agentes podem utilizar a violência de modo legítimo dentro dos limites do seu território.

A crescente intelectualização e racionalização não indicam um conhecimento maior e geral das condições sob

as quais vivemos. Significa a crença em que, se quiséssemos, poderíamos ter esse conhecimento a qualquer momento. Não

há forças misteriosas incalculáveis; podemos dominar todas as coisas pelo cálculo.

WEBER, M. A ciência como vocação. In: GERTH, H.; MILLS, W. (Org.). Max Weber: ensaios de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado).

Tal como apresentada no texto, a proposição de Max Weber a respeito do processo de desencantamento do mundo

evidencia o(a):

• fim do monoteísmo como condição para a consolidação da ciência.

• emancipação como consequência do processo de racionalização da vida.

• afastamento de crenças tradicionais como uma característica da modernidade.

• extinção do pensamento mítico como um desdobramento do capitalismo.

• progresso civilizatório como decorrência da expansão do industrialismo.

Na obra A ética protestante e o espírito do capitalismo, Weber analisa como certas práticas religiosas influenciaram o desenvolvimento do capitalismo moderno. O chamado “espírito do capitalismo” não se restringe ao desejo de enriquecer, mas a um conjunto de valores que orientam o comportamento econômico.

Nessa perspectiva, a contribuição do protestantismo ascético, em especial do calvinismo, foi:

• Promover a submissão religiosa ao clero, fortalecendo a economia de caráter feudal.

• Rejeitar o mundo econômico como esfera de importância secundária diante da salvação espiritual.

• Defender a caridade como prática central, desestimulando o acúmulo de bens e o investimento em atividades econômicas.

• Valorizar o ócio e a contemplação como virtudes espirituais que libertam o homem das pressões materiais.

• Incentivar a acumulação de riqueza como sinal da predestinação divina, estimulando disciplina e racionalidade no trabalho.

O autor clássico da Sociologia Max Weber, diante da complexidade e multiplicidade das ações sociais presentes na sociedade, utiliza o denominado “tipo ideal” ou “tipo puro” em suas análises sociológicas. Com base nos conhecimentos prévios sobre o tipo ideal, na sociologia compreensiva de Max Weber, assinale a alternativa correta.

• 1. O tipo ideal significa a aplicação de um sistema ético e moral na pesquisa sociológica sobre as ações sociais.

• 1. A construção do tipo ideal representa um conjunto de conceitos provisórios que orienta as análises sociológicas sobre as ações sociais.

• 1. O tipo ideal exprime o fim justo e verdadeiro da explicação sociológica sobre as relações causais entre as ações sociais.

• 1. O tipo ideal é o meio através do qual se determina o devir histórico das ações sociais empreendidas pelas classes.

• 1. A construção do tipo ideal permite a verificação sociológica da existência de um sentido objetivo e uma lei explicativa para as ações sociais.

Leia o texto a seguir:

A utilização da força de trabalho é o próprio trabalho. O comprador da força de trabalho consome-a, fazendo o vendedor

dela trabalhar. Este, ao trabalhar, torna-se realmente no que antes era apenas potencialmente: força de trabalho em ação,

trabalhador. Para o trabalho reaparecer em mercadorias, tem de ser empregado em valores de uso, em coisas que sirvam para

satisfazer necessidades de qualquer natureza. O que o capitalista determina ao trabalhador produzir é , portanto, um valor

de uso particular, um artigo especificado. A produção de valores de uso muda sua natureza geral por ser levada a cabo em

benefício do capitalista ou estar sob seu controle. Por isso, temos incialmente de considerar o processo de trabalho à parte

de qualquer estrutura social determinada.

MARX, Karl. O capital, v. 1, parte III, capítulo VII.

Os três principais elementos que constituem o processo apresentado no texto são:

• trabalho, matéria-prima e instrumentos de produção,

• consumo, vendedor, instrumentos de produção.

• estrutura social, capitalista e trabalho.

• matéria-prima, trabalho e capitalista.

• trabalho, vendedor e material.

Leia o texto a seguir sobre a concepção do Estado Democrático.

Segundo Karl Marx, o Estado é o organismo de dominação de classe, de opressão de uma classe por outra. O Estado representa a violência estabelecida e organizada, a violência legal. Ele é um instrumento, não de conciliação, mas sim de luta das classes.

(POLITZER, Georges. Princípios Fundamentais de Filosofia. São Paulo: Hemus, 1954, p. 328.)

Na citação acima, o autor configura uma leitura crítico-reflexiva sobre a concepção do Estado na perspectiva da filosofia de Karl Marx. Com relação a essa temática, é CORRETO afirmar que:

• 1. o Estado não oprime, mas concilia os meios de produção para a democratização da sociedade civil.

• 1. o Estado intenta os interesses da classe dominada e estaria a serviço da democracia.

• 1. o Estado representa a síntese do que tende a superar os interesses contraditos da sociedade civil.

• 2. o Estado é decisivo para defesa de um modo de produção. Trata-se de um instrumento de conciliação e democratização da sociedade.

• 1. o Estado é um meio suplementar de exploração das classes oprimidas, ou seja, o instrumento de dominação da classe economicamente mais poderosa.

“Na produção capitalista, o trabalhador se torna tanto mais pobre quanto mais riqueza produz, e tanto mais se torna mercadoria quanto mais mercadorias cria. O trabalhador não apenas produz mercadorias, mas é ele próprio convertido em mercadoria.”
(MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos, 1844.)

O conceito marxista expresso no trecho evidencia que:

• o mercado equilibra, de forma justa, a relação entre valor de uso e valor de troca.

• a relação entre capital e trabalho torna-se igualitária quando mediada pelo salário.

• a exploração do trabalho é superada pela livre iniciativa no sistema capitalista.

• a alienação consiste na perda do vínculo entre o trabalhador e o produto de sua atividade.

• a dignidade do trabalho humano é preservada na medida em que este promove a riqueza coletiva.

“No curso do desenvolvimento, a burguesia produz, sobretudo, seus próprios coveiros. Sua queda e a vitória do proletariado são igualmente inevitáveis.”
(MARX; ENGELS. Manifesto do Partido Comunista, 1848.)

A afirmação de Marx e Engels expressa a ideia de que:

• o conflito entre burguesia e proletariado conduz, inevitavelmente, à superação revolucionária do sistema capitalista.

• a luta de classes é transitória e tende a desaparecer com a consolidação do capitalismo.

• a democracia liberal garante que os antagonismos sociais sejam resolvidos por meio do consenso.

• a acumulação de capital assegura um equilíbrio progressivo entre as classes sociais.

• o Estado moderno é capaz de neutralizar os conflitos de classe por meio de reformas pontuais.