7º Ano - Filosofia: Cap. 11 e 12 - 3º Bim

Para os gregos, a justiça estava diretamente relacionada à vida política e à organização da vida em sociedade. Determinada como uma convenção social, a justiça assumiu, ao longo dos tempos, uma identidade variável, devido à dependência das particularidades culturais de diferentes grupos sociais, por exemplo. Exatamente por isso, o que é justo para um grupo pode não ser para outro, e aquilo que era considerado injusto no passado pode, hoje, ser consensualmente aceitável e justo para determinados grupos.

A partir do texto, para que haja e seja cumprido o ideal de justiça em uma determinada sociedade, é necessário a criação de leis:

• particulares e permanentes de acordo com o interesse de cada cidadão.

• universais e gerais para garantir a igualdade a todos os cidadãos, sem discriminação.

• específicas e restritas de acordo com a maioria dos setores da coletividade.

• temporárias e flexíveis para garantir os privilégios dos diferentes grupos sociais.

Justiça é um termo latino que está relacionado à ideia de igualdade entre todos os cidadãos. A origem do conceito de justiça aceito atualmente, porém, vem da Grécia, mais especificamente do pensamento aristotélico. Para Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), a justiça trata do meio-termo entre dois extremos, um marcado pelo excesso e o outro, pela ausência, e, por isso, é a mais valiosa virtude do homem perfeito.

Nesse contexto, pode-se afirmar que, para Aristóteles, a justiça é o(a):

• maior das virtudes, cuja prática consiste em uma posição equilibrada entre os extremos da falta e do excesso.

• lei do mais forte, pois o poder dos que dominam é que decide sobre a constituição do direito e da justiça na sociedade.

• sentimento natural de compaixão, que inclina o indivíduo a compartilhar do sofrimento do outro.

• respeito ao direito de propriedade, cujo fim está em conduzir a sociedade para uma situação de bem-estar.

De acordo com o filósofo francês Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), em sua obra Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, de 1755, a noção de “propriedade privada” foi o que motivou o homem a passar do estado natural para a sociedade civil. Também foi nesse contexto de crescimento da busca por apropriação e por vantagens que homens passaram a construir desigualdades em relação a outros homens.

A visão apresentada no texto anterior é confirmada pelo filósofo Rousseau por meio da citação:

• “O primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer: ‘Isto é meu’, e encontrou pessoas bastantes simples para o acreditar, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil.”

• “Que se admire quanto se queira a sociedade humana, não será menos verdade que ela conduz necessariamente os homens a se odiar entre si à proporção do crescimento dos seus interesses.”

• “Que espetáculo para um caraíba os trabalhos penosos e invejados de um ministro europeu! Quantas mortes cruéis não preferiria esse selvagem indolente ao horror de vida semelhante.”

• “Não há, talvez, um homem abastado ao qual os seus herdeiros ávidos, e muitas vezes seus próprios filhos, não desejem a morte, secretamente.”

Certamente que cada governo estabelece as leis de acordo com os seus interesses: a democracia, leis democráticas; a monarquia, monárquicas; e os outros, da mesma maneira. Uma vez decretadas essas leis, fazem saber que é justo para os governos aquilo que lhes interessa, e castigam os infratores, a título de que desobedeceram à lei e cometeram uma injustiça.

PLATÃO. A república. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001. (adaptado)

O pensamento apresentado no texto considera que a justiça:   

• estabelece a igualdade entre as pessoas.

• deve ser guiada por crenças religiosas.

• varia de acordo com o grupo social.

• defende os direitos das minorias.

O livro Frankenstein, de Mary Shelley, demonstra como a exclusão social, causada pelo desprezo à

aparência diferente de Frankenstein, pode estimular a agressividade, devido ao próprio instinto de sobrevivência. Na obra, o monstro Frankenstein nasce puro, demonstrando enorme senso de humanidade.

No entanto, após sofrer com repressões e acusações injustas e baseadas tão somente em sua aparência, ele assume a hostilidade que suas feições insinuavam aos olhos daqueles que o condenavam.

QUADROS, B. Como criamos nossos próprios monstros: uma analogia entre “Frankenstein” e a segregação social baseada em aparências.

Disponível em: https://publicacoeseventos.unijui.edu.br. Acesso em: 22 jun. 2022.

A partir do texto, é possível perceber que a história narrada na obra Frankenstein está associada a uma ideia defendida pelo filósofo Jean-Jacques Rousseau. Qual é essa ideia?

• A propriedade privada garante a segurança da humanidade.

• O futuro da humanidade depende do fim dos conflitos sociais.

•   O ser humano é naturalmente bom, mas a sociedade o torna mau.

• A desigualdade entre os seres humanos é algo natural.

Os homens são maus. Uma triste e contínua experiência dispensa a prova; entretanto, o homem é naturalmente bom.

ROUSSEAU, Jean Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos das desigualdades entre os homens. Introdução de João Carlos Brum Torres. Tradução de Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM, 2008.

De acordo com o filósofo, a bondade humana se revelaria somente na:

• sociedade moderna.

• manifestação religiosa.

• natureza selvagem.

• atividade política.

Sobre o tema da Igualdade verificou-se que:

I.      Ser igual é ter as diferenças respeitadas, de forma a não criar ou ampliar as desigualdades.

II.    A discussão sobre desigualdade coloca o homem frente ao problema da desigualdade social tão presente na sociedade contemporânea.

III.  Desde a invenção da democracia, na Grécia escravista, a igualdade de direitos é desafiada pelas desigualdades entre os homens.

IV. Por meio de uma história hipotética, Rousseau explica o surgimento da desigualdade e a diferencia entre a natural e a não natural.

Estão corretas as alternativas:

• I e III

• II, III e IV

• II e IV

• I, III e IV

O primeiro que, cercando um terreno, se lembrou de dizer: “Isto é meu” e encontrou pessoas bastantes simples para o acreditar foi o verdadeiro fundador da sociedade civil.

ROUSSEAU, Jean Jacques. A origem da desigualdade entre os homens. São Paulo: Lafonte, 2017.

O texto apresenta a ideia de um filósofo que associou a desigualdade social ao(à):

• surgimento da propriedade privada.

• falta de leis rigorosas na sociedade.

• manifestação de grupos pacifistas.

• estado natural dos seres humanos.

A pandemia de covid-19 teve um impacto profundo na educação do país, agravando ainda mais as

diferenças já existentes entre a rede pública e a privada e entre alunos pobres e ricos. Além de terem tido

muito menos aulas (presenciais ou remotas) durante a pandemia, os alunos mais pobres ainda enfrentaram as

mais diversas dificuldades estruturais – que foram desde a falta de internet e computadores para o estudo a

distância até a ausência de água e sabão nas escolas para higienizar as mãos.

Disponível em: https://noticias.r7.com. Acesso em: 22 jun. 2022. (adaptado)

A situação apresentada na notícia pode ser considerada injusta, pois revela a

• desvalorização das escolas de áreas urbanas.

• desigualdade de acesso a recursos entre os indivíduos.

• necessidade de criar mais leis nacionais.

• utilização irresponsável de materiais didáticos nas escolas.

A Constituição Federal Brasileira, promulgada em 1988, estabelece no seu artigo 5º que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. O objetivo da Lei, criada em um país tão desigual como o Brasil, é de:

• tratar de forma igual cidadãos que tenham condições sociais distintas.

• reduzir as diferenças entre os ricos e os pobres por meio de um decreto legal.

• criar condições de igualdade para o exercício das atividades profissionais.

• eliminar as desigualdades econômicas e sociais entre os cidadãos.