Paradigma da linguagem

“Em um domingo de 1828 um garoto esfarrapado foi encontrado abandonado na cidade de Nuremberg. Ele mal podia andar e falava apenas uma frase.Mais tarde, ele contou ter sido mantido preso em um porão escuro desde o nascimento. Ele nunca havia visto antes outro ser humano, nem uma árvore, nem uma casa.Até hoje ninguém sabe de onde ele veio –ou quem o libertou. Você não ouve esta gritaria horrível em volta de você? Esta gritaria que os homens chamam silêncio?”O enigma de Kaspar Hauser. Direção de Werner Herzog. Munique: Werner Herzog Filmproduktion, 1974. 1 DVD (110 minutos), son, color.)

Estes são os créditos iniciais do filme “O enigma de Kaspar Hause”, de Werner Herzog, que narra uma história baseada em fatos reais de uma criança abandonada envolta em mistério, encontrada na Alemanha Ocidental do século XIX, com alegadas ligações à família real de Baden. Baseado no livro "Casper Hauser oder die Trägheit des Herzens", de Jakob Wassermann, publicado em 1908, que retrata o caso de um adolescente encarcerado na Alemanha do século XIX até a idade de 16 anos, quando teve seu primeiro contato verbal e social, o filme discute a relação entre linguagem e participação social.

Considerando a sinopse do filme acima, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas

I. A língua deve ser entendida como um sistema funcional, no sentido de que é utilizada para determinado fim. Já a linguagem se caracteriza como atividade sociocultural, sendo a língua, neste sentido, instrumento para a comunicação.

PORQUE

II. Como defende Foucault, as regras de formação da língua não se enraízam na mentalidade ou na consciência dos indivíduos mas no próprio discurso que se impõe a todos os indivíduos que atuam no campo discursivo como uma espécie de anonimato uniforme.

Acerca dessa afirmação, assinale a opção correta.

• As duas asserções são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.

• As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.

• A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, falsa.

• A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda verdadeira.

• Tanto a primeira como a segunda asserções são proposições falsas.

Para dar significado a suas comunicações, as pessoas recorrem a signos, que se organizam em sistemas de signos. Este texto, por exemplo, é constituído por signos individuais —as palavras —, por sua vez, organizados em umsistema de signos, a língua. É um texto codificado. O receptor vai entendê-lo porque conhece o código. A semiótica —ou semiologia —é a ciência que estuda os signos, os sistemas de signos e a cultura em que os signos existem.

(SOUSA, Jorge Pedro. Elementos de teoria e pesquisa da comunicação e da mídia. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2004, p. 45, com adaptações.)

A partir do texto acima e das reflexões da semiótica acerca dos signos, assinale a opção correta.

• os signos se restringem às palavras.

• os signos e os sistemas de signos são abertos à interpretação.

• há relação visível entre significante e significado dos signos.

• os códigos correspondem aos sistemas em que os signos se desorganizam.

• mesmo sem decodificação, os signos constroem sentido.

O signo é composto por sua forma física e por um conceito mental, que corresponde a uma apreensão da realidade externa. Como meios de comunicação visual, os signos visuais podem assumir categorias diferentes de acordo com o seu significado. A respeito das categorias dos signos, assinale a opção correta.

• No campo da arte pictórica, o ícone identifica uma representação sacra pintada sobre um painel de madeira. Para a semiologia, é um símbolo gráfico usado para representar um software.

• O pictograma representa um objeto ou transmite uma ideia por meio de ilustrações ou desenhos. Os pictogramas foram a base da escrita do mundo antigo, mas, com o desenvolvimento da comunicação visual, perderam seu significado.

• Um sinal transmite uma informação percebida por todos da mesma maneira. É constituído a partir de um desenho figurativo, de apreensão rápida, que serve para informar ou identificar locais e serviços.

• O símbolo representa um modelo imitativo de um objeto, uma forma, um espaço ou determinada situação, pressupondo, portanto, uma relação direta entre o real e a imagem representada. Os símbolos são compreendidos somente dentro de determinado grupo ou contexto religioso, cultural etc.

• O índice tem origem em formas ou situações naturais ou casuais e adquire significado por meio do acúmulo de experiências advindas da ocorrência de situações idênticas.

O signo é um recurso que permite comunicar conceitos complexos de maneira simples, como se pode constatar na ilustração. Este signo é um:

• símbolo

• ícone

• índice

• logotipo

Saussure propôs o conceito de signo: um modelo bilateral que exclui o objeto de referência e passa a representá-lo. O signo é composto de significante e significado. O significante é o conceito representado pelo signo, e o significado é a representação gráfica, visual ou sonora do signo.

Esta afirmativa é verdadeira ou falsa:

• Verdadeira

• Falsa

"No livro Mitologias, por exemplo, Barthes analisa fotografias publicadas em revistas, textos, esportes e hábitos. Estuda, por exemplo, cada uma da revista Paris-Soir, o mundo do boxe e o bife com batatas fritas. Sob a aparente banalidade desses objetos e práticas, o autor mostra como eles transmitem vários outros significados. Barthes lê a realidade como um texto, procurando, com a análise estrutural, ver o que está nas entrelinhas. E como essas entrelinhas às vezes são mais importantes do que o original." (Martino, Luís Mauro Sá, , Teoria da comunicação - 5ª Edição)

Barthes considera que a moda, os ritos, a publicidade são sistemas simbólicos.

• Ao examinar fotografias de uma revista, o autor identifica vários processos de conotação, isto é, de representação da realidade.

• Ao examinar fotografias de uma revista, o autor identifica vários processos de denotação, isto é, de atribuição de sentidos.

• Ao examinar fotografias de uma revista, o autor identifica vários processos de conotação, isto é, de atribuição de sentidos.

• Ao examinar fotografias de uma revista, o autor identifica vários processos de denotação, isto é, de representação da realidade.

A concepção de poder para Michel Foucault está vinculada às relações de produção dos discursos dentro da sociedade. As relações de poder se reproduzem nos textos e discursos na medida em que os fluxos de comunicação dentro de uma sociedade são responsáveis por abrir/fechar as redes de conhecimento e, por conseguinte, de poder. O exercício do poder, assim, é visto como uma atividade sutil, disfarçada nos meandros dos discursos cotidianos que não são vistos como articulações de poder. Foucault pensa o poder em sua dinâmica na sociedade. Poder não é algo que se tem, é algo que se exerce. Está na tomada de decisão e imposição sobre outra pessoa. A Modernidade transformou as formas de controle e poder explícitos, vinculadas à violência corporal, na destruição psicológica do sujeito a partir do controle arbitrário da maneira como a pessoa raciocina. O poder está ligado à produção de discursos que o mantenham como categorias de pensamento usadas pelas pessoas sem que elas percebam.

Esta afirmativa é verdadeira ou falsa?

• Verdadeira

• Falsa

Segundo Peirce, existem dois eixos de estruturação da linguagem. Quais são eles?

• Paradigma da linguagem e paradigma da língua

• Paralelo e perpendicular

• Paradigma e sintagma

• Eixo horizontal e eixo paralelo

Michel Foucault não tratou especificamente da Comunicação, mas estudou a formação do discurso, colocando a linguagem no centro dos processos e práticas sociais. A esse respeito, é correto o que se afirma em:

• O imaginário social é quem determina o discurso.

• A sociedade controla o discurso, restringindo quem tem pode falar.

• Nas sociedades ocidentais, o discurso é livre pois não existe censura do Estado.

• O discurso está dissociado das condições históricas.

Para Pierre Bourdieu, a língua é um dos sistemas simbólicos por onde se manifesta o poder numa sociedade. Esta afirmação é:

• Falsa, pois é o poder que determina a fala.

• Verdadeira, já que a língua, ao estruturar a realidade, estabelece também os contornos do poder.

• Falsa, porque o poder não se manifesta pela língua.

• Verdadeira, porque a língua estrutura a realidade, definindo o sujeito e a definição do mundo.