Atividade Avaliativa 1 - 2º Trimestre - 7º Ano

Com base nos conhecimentos adquiridos sobre a relação entre Filosofia e sentimentos, assinale a alternativa correta.

• A Filosofia, como um discurso racional sobre o mundo, relegou para a Psicologia o problema dos sentimentos, uma vez que entende o ser humano como puramente racional.

• Os sentimentos e as emoções são características humanas primitivas, que pouco contribuem para o entendimento da diversidade de ações e pensamentos dos seres humanos.

• A Filosofia, embora ressalte o aspecto racional do ser humano, considera que os sentimentos e as emoções também são importantes, em especial para a ética.

• O conceito de pathos na Filosofia se refere a todo o conjunto de sensações e sentimentos que sempre foram considerados um empecilho para a ação ética do ser humano.

A partir dos conceitos de sensação e sentimento, analise as afirmações a seguir e assinale a alternativa INCORRETA:

• As sensações humanas, como o frio sentido ao tocar um objeto gelado ou o som percebido durante um show, são provocadas por estímulos que vêm de fora do corpo e atuam sobre os órgãos dos sentidos. Elas ocorrem independentemente da vontade do sujeito, caracterizando-se como reações involuntárias que não podem ser controladas racionalmente no momento em que acontecem.

• Ao contrário das sensações, que se relacionam diretamente com os sentidos físicos e com o momento presente, os sentimentos não dependem da presença imediata do objeto ou pessoa que os despertou. Emoções como o amor ou a gratidão podem se prolongar no tempo e continuar existindo mesmo na ausência de quem as provocou, pois estão ligadas ao modo como a pessoa valoriza aquilo que sente.

• Tanto as sensações quanto os sentimentos são processos automáticos do corpo humano que ocorrem sem qualquer tipo de influência social, cultural ou racional. Ambos são respostas puramente físicas a estímulos do ambiente, não envolvendo reflexão, memória ou elaboração interna.

• Os sentimentos, diferentemente das sensações, envolvem aspectos mais profundos da experiência humana, pois não são passageiros nem limitados ao instante em que surgem. Eles se constroem com base nas relações, nas lembranças e na importância que o sujeito atribui a certas pessoas ou acontecimentos em sua vida.

A partir da leitura do texto sobre o conceito de philia, assinale a alternativa INCORRETA:

• O termo philia, de origem grega, refere-se a um tipo de amor que se manifesta nas relações de amizade, nas conexões familiares e na convivência dentro de uma comunidade. Esse sentimento envolve o desejo de proximidade, o prazer da companhia e a construção de vínculos baseados na afinidade e no afeto mútuo.

• A palavra “filosofia” deriva diretamente do termo philia, o que indica que o filósofo é alguém que não apenas possui sabedoria, mas que se considera o detentor absoluto do saber e, por isso, não sente necessidade de continuar aprendendo.

• A philia é marcada por atitudes como a generosidade, a reciprocidade e o desejo sincero de bem-estar para o outro, sendo considerada por Aristóteles uma condição indispensável para a vida coletiva e para o funcionamento harmonioso das sociedades humanas.

• O amor do tipo philia não se limita ao campo afetivo entre pessoas próximas, mas também pode ser estendido ao conhecimento. Quando se fala em “amor à sabedoria”, como na filosofia, estamos reconhecendo o valor do saber como algo digno de admiração e busca constante.

Sobre o amor-ágape, assinale a alternativa correta:

• O amor-ágape se baseia na convivência próxima e na reciprocidade entre as pessoas. Ele depende de uma ligação afetiva estabelecida ao longo do tempo, como nas amizades ou nas relações familiares, sendo sempre uma troca entre os envolvidos.

• Diferente do amor por afinidade ou do amor romântico, o amor-ágape só pode existir entre pessoas que compartilham os mesmos valores morais e que demonstram comportamento ético, já que ele exige admiração por parte de quem ama.

• O amor-ágape é um sentimento voltado para toda a humanidade, caracterizado pela ausência de exigência de reciprocidade e pelo desejo de bem-estar do outro, mesmo quando não há proximidade, admiração ou vínculo direto.

• Ágape é um tipo de amor que se limita ao plano espiritual e, por isso, não pode ser sentido por seres humanos comuns, já que se trata exclusivamente de um atributo divino reservado a Deus.

Sobre o amor eros, assinale a alternativa CORRETA:

• O amor eros, por ser um sentimento inteiramente racional, representa a superação das emoções em nome de uma relação equilibrada. É uma forma de amor que se sustenta apenas pela razão, evitando os impulsos e as paixões descontroladas.

• Eros é uma forma de amor que se opõe à ideia de transformação pessoal. Ao contrário de outras formas de amar, ele não motiva o indivíduo a buscar crescimento ou virtude, mas apenas satisfação imediata de desejos passageiros.

• O amor eros é representado na mitologia como uma força tanto criadora quanto destruidora, sendo capaz de levar o apaixonado a buscar a construção de uma unidade virtuosa com o outro, mas também de querer controlá-lo, se tornando um sentimento dominador.

• Diferentemente do amor-ágape, o amor eros é totalmente desinteressado. Ele não se importa com reciprocidade ou com a presença do outro na relação, pois é uma entrega solitária ao ideal de amor incondicional e universal.

Leia o trecho e responda o que se pede:

– Creio ter encontrado a maneira de conservar os homens e de cercear a sua liberdade: torná--los-ei mais fracos. Dividi-los-ei em duas partes. Obteremos, assim, a dupla vantagem de os tor-nar mais fracos e de continuar a tirar deles algum proveito, pois passarão a ser mais numerosos. Caminharão erectos sobre duas pernas. Se continuarem a mostrar-se insolentes e não sossega-rem, voltarei a dividi-los, e caminharão sobre uma só perna!

Tendo pronunciado esta lei, Zeus cortou todos os homens em dois, tal como se cortam os fru-tos, ou um ovo com um cabelo. De cada vez que cortava um, ordenava a Apolo para lhe voltar a face e o pescoço para o lado do golpe, a fim de que, vendo-o, o homem se tornasse mais humilde; mandava-lhe, além disso, curar as feridas. Apolo assim fazia e, ligando toda a pele na parte que se chama ventre, deixava apenas uma cavidade, que se chama umbigo. Depois, alisava as costuras e arranjava o peito com um instrumento semelhante ao que utilizam os correeiros para polir, na forma, as rugas do cabedal, mas deixava ficar algumas rugas, como as do ventre e as do umbigo, como recordação deste castigo.Ora, depois de assim ter dividido o corpo, cada uma das partes, lamentando a outra metade, foi à procura dela e, abraçando-a e entrelaçando-se umas às outras, no desejo de se fundirem numa só, iam morrendo de fome, por inacção, pois nada queriam fazer, umas sem as outras. Quando morria uma metade e a outra sobrevivia, esta procurava logo outra e enlaçava-se nela, quer fosse metade-mulher, quer fosse metade-homem e, deste modo, a raça ia extinguindo-se.

PLATÃO. O Banquete. Lisboa: Guimarães Editores, 1986. p. 43-53.

No trecho retirado do diálogo "O Banquete", de Platão, Aristófanes apresenta o mito do Andrógino para explicar a origem do desejo amoroso. Com base no texto e em seu sentido simbólico, assinale a alternativa CORRETA:

• O mito do Andrógino apresenta uma explicação racional e científica sobre a origem do ser humano, demonstrando como Zeus criou o homem moderno a partir de um processo de seleção natural, que eliminou os mais fortes para favorecer os mais fracos.

• O corte dos seres humanos ao meio, conforme descrito no mito, é um castigo aplicado por Zeus com o objetivo de punir os homens por sua humildade excessiva. A intenção era fazer com que eles deixassem de se submeter cegamente aos deuses e buscassem sua própria independência.

• A narrativa do mito busca representar, de forma simbólica, a incompletude do ser humano e seu desejo profundo de reencontrar a sua “outra metade”, explicando assim o impulso amoroso como uma busca de reconexão, união e cura de uma antiga ferida.

• O mito do Andrógino, segundo Aristófanes, sugere que o amor verdadeiro só pode ser encontrado quando o indivíduo deixa de procurar sua “outra metade” e aprende a caminhar sozinho, aceitando plenamente sua condição de ser dividido e autônomo.

Qual das alternativas abaixo melhor representa a concepção de Eros segundo Sócrates?

• Eros é um deus imortal e perfeito, que representa a união plena e harmônica entre a beleza e o amor, cuja existência depende exclusivamente da presença constante da deusa Afrodite, sendo, portanto, uma entidade divina com características absolutas e imutáveis.

• Eros é uma figura intermediária, um daemon, que nasce da união entre a Pobreza e o Recurso, simbolizando a condição humana de estar sempre entre a carência e a coragem de buscar, impulsionado pelo desejo incessante da beleza, refletindo a complexidade do amor que nunca está completo, mas sempre em busca.

• Segundo Sócrates, Eros é simplesmente uma manifestação da pobreza material, um sentimento negativo que representa apenas a falta e o sofrimento humano, sem qualquer relação com aspectos positivos como a coragem ou a busca pela beleza, sendo um conceito puramente limitado à necessidade física.

• Para Sócrates, Eros é uma entidade sem qualquer ligação com a mortalidade humana, existindo apenas no âmbito divino e imortal, sem a capacidade de intermediar entre deuses e mortais, e seu desejo pela beleza é apenas um aspecto secundário e irrelevante para sua verdadeira natureza.

Segundo Diotima, apresentada por Sócrates, existem dois caminhos pelos quais o amor pode levar o ser humano à imortalidade. Assinale a alternativa que melhor representa esses caminhos e sua relação com o significado do amor:

• O primeiro caminho é a reprodução biológica, na qual o amor busca a continuidade da espécie por meio dos descendentes, enquanto o segundo, mais elevado, é a criação intelectual e moral, pela qual o amor se expressa na busca pela sabedoria, conhecimento e obras que perpetuam o indivíduo na história da humanidade.

• O primeiro caminho é o amor carnal e passional, marcado pela paixão e desejo, que leva à imortalidade espiritual; o segundo é o amor materialista, que busca a fama e o reconhecimento social como forma de perpetuar a memória do indivíduo.

• O primeiro caminho refere-se à busca pela imortalidade física por meio da resistência ao envelhecimento e da saúde corporal; o segundo diz respeito à busca da imortalidade através da transformação da alma por meio da meditação e do afastamento dos prazeres mundanos.

• O primeiro caminho é a realização pessoal e a conquista de bens materiais, que asseguram a sobrevivência da família; o segundo é o amor platônico, que rejeita a corporeidade e incentiva a contemplação da beleza absoluta, sem ligação com a criação de obras ou descendência.

Considerando o imperativo categórico de Kant e o conceito de amor-prático, qual das alternativas abaixo expressa corretamente a importância da motivação na decisão moral de mentir ou não mentir?

• O amor-prático permite que mentir seja justificável quando isso protege alguém que amamos, tornando a intenção mais importante que a regra.

• Para que uma ação seja moralmente correta no sentido do amor-prático kantiano, é preciso que ela seja motivada pelo respeito à lei moral universal, e não por interesses pessoais ou medo.

• O amor-prático incentiva agir conforme os sentimentos pessoais em situações de dilema moral, justificando a mentira se houver boas intenções.

• No amor-prático, o resultado da ação é mais importante que a motivação, então a mentira pode ser aceita se evitar um mal maior.

Leia a situação a seguir e responda:

Lucas, após anos de convivência, sempre se esforça para ajudar seu melhor amigo em momentos difíceis, oferecendo conselhos sinceros, apoio emocional e companheirismo desinteressado. Eles compartilham hobbies, viagens e confidências, mantendo uma relação marcada pelo respeito, confiança e afeto mútuo.

Com base nessa situação, identifique qual dos quatro tipos de amor está presente:

• Filia

• Ágape

• Eros

• Amor-prático