Aula 4 - Arte, realidade e expressões inovadoras.

"Penso, logo existo." A frase célebre do filósofo francês René Descartes (1596-1650) representou a máxima do movimento chamado Iluminismo, surgido no século XVIII na Europa. Os ideais do movimento iluminista pautaram-se

• na racionalidade, que foi posta como principal característica para a existência, o progresso e o desenvolvimento da humanidade.

• na igreja e na nobreza, aliadas à burguesia para o estabelecimento de uma nova ordem social.

• no sistema político-econômico semelhante ao exis­tente na Idade Média.

• na luz, do latim lux, que inspirou o nome do movi­mento, referindo-se à luz divina.

• na união dos ideais científicos, estatais e religiosos, a fim de se criar um mundo inteiramente harmônico.

Impressionismo surgiu na França, no século XIX, durante a chamada Belle Époque, e o seu nome foi originado da obra "Impressão: Sol Nascente" (ou "O Nascer do Sol") (1872), de Claude Monet (1840-1926). Dentre seus expoentes estavam jovens que buscavam romper com as regras da arte vigente naquele período. São artistas adeptos a tal movimento:

• Edgar Degas, Jean-François Millet e Henrik Ibsen.

• Eliseu Visconti, Almeida Júnior e Villa-Lobos.

• Claude Debussy, Maurice Ravel e João Caetano.

• Vicente do Rego Monteiro, Henrique Cavalleiro e Machado de Assis.

• Edgar Degas, Pierre-Auguste Renoir, Édouard Manet.

Analise a tela Marat assassinado, pintada por Jacques- -Louis David em 1793.

Essa pintura apresenta estilo

• gótico, expresso no confronto entre claro e escuro, e representa uma importante passagem bíblica.

• barroco, expresso no contraste entre os objetos retratados, e valoriza a importância da leitura e

  da escrita.

• romântico, expresso no conteúdo religioso da cena, e representa o predomínio da emoção sobre a razão,

• neoclássico, expresso na modelação da musculatura do corpo, e representa um episódio político da época.

• moderno, expresso na imprecisão das formas e dos contornos do desenho, e representa o cotidiano do homem da época.

Em busca de maior naturalismo em suas obras e fundamentando-se em um novo conceito estético, Monet, Degas, Renoir e outros artistas passaram a explorar novas formas de composição artística, resultando no estilo denominado Impressionismo. Observadores atentos da natureza, esses artistas passaram a

• retratar, em suas obras, as cores que idealizavam de acordo com o reflexo da luz solar nos objetos,

• usar mais a cor preta, fazendo contornos nítidos que melhor definiam as imagens e as cores do objeto representado.

• retratar paisagens em diferentes horas do dia, recriando em suas telas as imagens por eles idealizadas.

• usar pinceladas rápidas de cores puras e dissociadas diretamente na tela, sem misturá-las antes na paleta.

• usar as sombras em tons de cinza e preto e com efeitos esfumaçados, tal como eram realizadas no Renascimento.

O Romantismo foi um movimento estético que buscou se opor à racionalidade defendida pelos iluministas. Surgiu no final do século XVIII, na Europa, e esteve vigorosamente presente nas Artes Plásticas, Literatura, Música e também no Teatro. O Romantismo voltou-se para

• a valorização do sentimento de novidade, que emergiu devido aos avanços tecnológicos.

• o coletivismo, o exagero dos sentimentos e das emoções humanas.

• a história de heróis e do surgimento dos povos, contribuindo significativamente para a construção dos ideais nacionalistas.

• a expressão de temas comuns ao dia a dia, denunciando os problemas sociais do seu tempo.

• a crítica social, o otimismo e a crença em um futuro melhor.

O grupo O Teatro Mágico apresenta composições autorais que têm referências estéticas do rock, do pop e da música folclórica brasileira. A originalidade dos seus shows tem relação com a ópera europeia do século XIX a partir da

• disposição cênica dos artistas no espaço teatral.

• integração de diversas linguagens artísticas.

• sobreposição entre música e texto literário.

• manutenção de um diálogo com o público.

• adoção de um enredo como fio condutor.

A pintura é uma manifestação artística que pode ser utilizada como fonte histórica, reforçando uma versão da história. Nesse sentido, observe o quadro do pintor paraibano Pedro Américo. No campo da historiografia, essa imagem:

• Sintetiza o verdadeiro sentimento de toda a nação em relação à Portugal.

• Expõe a luta de classes existentes no país no período da independência.

• Expressa o apoio popular ao processo de autonomia política do Brasil.

• Representa uma visão heróica e romanceada da separação política do Brasil.

• Mostra a independência como anseio de grupos subalternos.

Distantes uma da outra quase 100 anos, as duas telas seguintes, que integram o patrimônio cultural brasileiro, valorizam a cena da primeira missa no Brasil, relatada na carta de Pero Vaz de Caminha. Enquanto a primeira retrata fielmente a carta, a segunda — ao excluir a natureza e os índios — critica a narrativa do escrivão da frota de Cabral. Além disso, na segunda, não se vê a cruz fincada no altar.

Ao comparar os quadros e levando-se em consideração a explicação dada, observa-se que

• a influência da religião católica na catequização do povo nativo é objeto das duas telas.

• a ausência dos índios na segunda tela significa que Portinari quis enaltecer o feito dos portugueses.

• ambas, apesar de diferentes, retratam um mes­mo momento e apresentam uma mesma visão do fato histórico.

• a segunda tela, ao diminuir o destaque da cruz, nega a importância da religião no processo dos descobrimentos.

• a tela de Victor Meirelles contribuiu para uma visão romantizada dos primeiros dias dos portu­gueses no Brasil.

Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu "de um prazer de poder", "de um mero imperialismo humano", mas da aspiração de libertar o homem e enriquecer sua vida, tanto fisicamente quanto culturalmente. CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques. Scientiae Studia, São Paulo, v. 2, n. 4,2004 (adaptado).

Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em

• expor a essência da verdade e resolver definitiva as disputas teóricas ainda existentes.

• oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia.

• ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso.

• explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos.

• explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos.

Durante a primeira metade do século XIX, enquanto se travava o embate entre Neoclassicismo e Romantismo, o Realismo, força que iria dominar a arte na segunda metade do século, começa lentamente a aparecer. O homem europeu, diante da industrialização e aprendido a utilizar o conhecimento científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, se convenceu de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade. Disponível em: www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-19/realismo/Acesso em: 05 abr. 2020.

De certo modo, durante a Renascença, os artistas já manifestavam traços do realismo, ao superar limitações técnicas e representar a natureza de modo quase fotográfico. No entanto, a estética realista que predominou na segunda metade do século XIX se diferencia por seu caráter

• nacionalista, ao defender a liberdade individual e a liberdade do povo.

• cientificista, ao representar a realidade com objetividade científica.

• sóbrio e o minucioso, ao "melhorar” artisticamente a natureza

• subjetivista, ao expressar a realidade por meio de aspectos descritivos.

• individualista, visão de mundo centrada nos sentimentos do indivíduo.