SD - Conto 1

O que o narrador pretende reforçar quando altera o uso de um pronome possessivo de 1ª pessoa do singular para a 1ª pessoa do plural?

Quando revi o meu quarto - o nosso quarto, o nosso leito, os nossos móveis, toda essa casa onde ficara, tudo o que resta de uma vida após a morte - apoderou-se de mim uma mágoa tão intensa que tive a necessidade de escancarar as janelas e precipitar-me na rua.

• Uma revolta inexplicável diante de uma relação tão intensa.

• A sensação de impotência diante da morte da amada.

• Um saudosismo pelo que viveram e compartilharam juntos. 

•  Uma mágoa pelo que deixou de fazer pela amada.

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A mudança do pronome possessivo está relacionada aos momentos que os dois personagens compartilharam durante o tempo em que estiveram juntos.

O espelho, na narrativa, assume perspectivas distintas, de acordo com o momento em que ele é situado. Leia os trechos e combine-os aos vocábulos que melhor representam cada um:

• IMPONÊNCIA

• “E me detive diante desse espelho que tanta a vez a tinha refletido.”

• PERCEPÇÃO

• “...passei pelo grande espelho do vestíbulo…”

• CONSCIÊNCIA

• “...fixei os olhos no vidro liso, profundo, vazio…”

• AUSÊNCIA

• “Parecia que esse vidro nunca fora frio!”

• SAUDADE

• “Espelho doloroso e ardente, espelho vivo e horrível…”

Answer explanation

Espelho grande - imponência

Me detive diante desse espelho - tomada de consciência

Vidro vazio - ausência

Parecia - percepção

Espelho doloroso - saudade

O conto apresenta muitos trechos detalhadamente descritivos que garantem ao leitor imergir no universo da narrativa, causando um efeito de realidade. Encontre um desses trechos e registre-o.

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Há vários trechos que apresentam muitos detalhes, ora do lugar onde os personagens viveram, ora do cemitério, com todas as suas peculiaridades.

Que efeito de sentido se pode extrair do trecho em que o narrador utiliza quatro vezes seguidas o verbo VER?

De um salto, precipitei-me sobre o túmulo próximo e vi, sim, eu vi a pedra erguer-se lentamente e surgir um esqueleto nu, que a empurrava com os ombros. Via muito bem, via tudo, não obstante a escuridão da hora.

• O narrador quis expressar o pânico que sentia por estar em um ambiente tão inóspito.

• O narrador procurou enfatizar ao leitor que não estava sonhando, que tudo era muito real.

• O narrador deixou a entender que a escuridão da hora o impedia de ver melhor o que estava acontecendo.

• O narrador demonstrou estar perplexo pela cena a que assistia, levando o leitor a crer que era pura alucinação. 

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A repetição do verbo VER garante à cena efeito de verdade sobre o que está sendo narrado.

“As inferências funcionam como hipóteses coesivas para o leitor processar o texto”. (MARCUSCHI, 2008, p. 248). Trata-se de um processo mental em que o leitor do texto precisa estabelecer relações que não se mostram explícitas entre dois elementos, isto é, o que está dito no texto e o que está sugerido, implícito, gerando novas informações. Observe o trecho e as inferências criadas a partir dele:

Os médicos chegavam, receitaram, partiam… Vinham remédios e uma mulher os ministrava. Suas mãos ardiam. A sua fronte estava úmida e quente. Tinha um olhar brilhante e triste. Eu falava com ela, ela me respondia. O que dissemos um ao outro? Não sei mais! Esqueci tudo, tudo!

1. A personagem recebeu atendimento médico

2. Havia outra mulher na casa responsável por cuidar dela

3. A personagem estava com febre

4. A personagem estava consciente

5. O narrador está perturbado emocionalmente

6. O narrador se recusa a lembrar detalhes

Agora, leia outro trecho abaixo e crie 3 possíveis inferências que podem ser estabelecidas: 

Pus o chapéu para sair. De repente, ao transpor a porta, passei pelo grande espelho do vestíbulo, que ela mandara instalar ali para se ver todos os dias, de alto a baixo, para ver se estava bem vestida, correta e elegante, das botinas ao arranjo dos cabelos.

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Possíveis inferências:

- Em casa o homem ficava sem o chapéu

- Chapéus eram usados para compor uma imagem mais formal

- A mulher era vaidosa

- A mulher queria mostrar uma imagem discreta

​ ​ ​ ​ ​ ​ Como você descreveria o sentimento do narrador-personagem após descobrir que sua amada talvez não fosse aquilo que ele imaginava?

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O narrador-personagem se sente decepcionado com o que acabara de descobrir. Os termos "frustração", "mágoa" e "desilusão" podem ser considerados sinônimos de "decepção". Qualquer resposta nesse sentido pode ser considerada.

O conto utiliza algumas metáforas ou comparações para compor a linguagem da narrativa. Expressem, por meio de desenho, como vocês entenderam as cenas:

“Depois olhei em torno: uns farrapos de noite enlutavam o espaço.”

“Escondi-me entre as suas ramagens pesadas e sombrias e esperei, agarrado ao tronco, como um náufrago sobre destroços.”

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Espera-se que os alunos tenham criado metáforas visuais que melhor representem as cenas descritas.

O conto explora duas estratégias textuais recorrentes que contribuem com o tom da narrativa: repetições enfáticas e uso constante de expressões adverbiais. Combine as repetições enfáticas aos sentidos que podem estar relacionados a elas:

• CONSTATAÇÃO DE ESPAÇO

• “Que noite! Que noite!”

• FALTA DE PERCEPÇÃO TEMPORAL

• “Ela estava ali, ali embaixo…”

• PERCEPÇÃO DE SOLIDÃO

• “Esqueci tudo, tudo!”

• ÊXTASE

• “Estava só, inteiramente só.”

• VAZIO DE LEMBRANÇAS

• “E assim fiquei muito tempo, muito tempo.”

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“A unidade de tom se evidencia pela ‘tensão interna da narrativa’, ou seja, pela funcionalidade rigorosa de cada palavra no arranjo textual, de forma que nenhum se possa retirar sem comprometer o texto em sua totalidade, ou acrescentar sem trazer desequilíbrio à estrutura do conto”. (MOISÉS, 2006, p. 23).

O conto explora duas estratégias textuais recorrentes que contribuem com o tom da narrativa: repetições enfáticas e uso constante de expressões adverbiais. Combine as expressões adverbiais aos sentidos que podem estar relacionados a elas:

• METICULOSAMENTE

• “Apagou-o lentamente, cravando a órbita vazia no lugar em que estava escrito.”

• PAULATINAMENTE

• “...que se murmura continuamente…”

• DE MODO CONSTANTE

• “...e comecei a caminhar mansamente…”

• DE MODO CONTÍNUO

• “...um nome que se eleva incessantemente…”

• SERENAMENTE

• “...e pôs-se a raspar com cuidado o epitáfio”.

Answer explanation

Espera-se que os alunos associem as expressões adverbiais destacadas aos seus respectivos sinônimos.