Revisão - ENEM - 3º ano

Revisão - ENEM - 3º ano

3rd Grade

10 Qs

quiz-placeholder

Similar activities

2º Tri: Política - Grécia antiga

2º Tri: Política - Grécia antiga

3rd Grade

10 Qs

As cartas de Ronroroso

As cartas de Ronroroso

3rd Grade

8 Qs

Pessach costumes e mitzvot

Pessach costumes e mitzvot

3rd - 5th Grade

13 Qs

EGITO

EGITO

3rd Grade

10 Qs

Fantástico mistério de Feiurinha

Fantástico mistério de Feiurinha

1st - 5th Grade

14 Qs

Educação financeira 3° ANO

Educação financeira 3° ANO

3rd Grade

10 Qs

Início da colonização portuguesa na América

Início da colonização portuguesa na América

1st - 3rd Grade

10 Qs

Revolução Russa

Revolução Russa

1st - 12th Grade

15 Qs

Revisão - ENEM - 3º ano

Revisão - ENEM - 3º ano

Assessment

Quiz

Arts, Education, History

3rd Grade

Medium

Created by

Paulo Neto

Used 2+ times

FREE Resource

10 questions

Show all answers

1.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

3 mins • 1 pt

Menina


A máquina de costura avançava decidida sobre o pano. Que bonita que a mãe era, com os alfinetes na boca. Gostava de olhá-la calada, estudando seus gestos, enquanto recortava retalhos de pano com a tesoura. Interrompia às vezes seu trabalho, era quando a mãe precisava da tesoura. Admirava o jeito decidido da mãe ao cortar pano, não hesitava nunca, nem errava. A mãe sabia tanto! Tita chamava-a de ( ) como quem diz ( ). Tentava não pensar as palavras, mas sabia que na mesma hora da tentativa tinha-as pensado. Oh, tudo era tão difícil. A mãe saberia o que ela queria perguntar-lhe intensamente agora quase com fome depressa depressa antes de morrer, tanto que não se conteve e – Mamãe, o que é desquitada? – atirou rápida com uma voz sem timbre. Tudo ficou suspenso, se alguém gritasse o mundo acabava ou Deus aparecia – sentia Ana Lúcia. Era muito forte aquele instante, forte demais para uma menina, a mãe parada com a tesoura no ar, tudo sem solução podendo desabar a qualquer pensamento, a máquina avançando desgovernada sobre o vestido de seda brilhante espalhando luz luz luz.


ÂNGELO. I. Menina. In: A face horrível. São Paulo: Lazuli, 2017.


Escrita na década de 1960, a narrativa põe em evidência uma dramaticidade centrada na

insinuação da lacuna familiar gerada pela ausência da figura paterna.

associação entre a angústia da menina e a reação intempestiva da mãe.

relação conflituosa entre o trabalho doméstico e a emancipação feminina.

representação de estigmas sociais modulados pela perspectiva da criança.

2.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

3 mins • 1 pt

Os subúrbios do Rio de Janeiro foram a primeira coisa a aparecer no mundo, antes mesmo dos vulcões e dos cachalotes, antes de Portugal invadir, antes do Getúlio Vargas mandar construir casas populares. O bairro do Queím, onde nasci e cresci, é um deles. Aconchegado entre o Engenho Novo e Andaraí, foi feito daquela argila primordial, que se aglutinou em diversos formatos: cães soltos, moscas e morros, uma estação de trem, amendoeiras e barracos e sobrados, botecos e arsenais de guerra, armarinhos e bancas de jogo do bicho e um terreno enorme reservado para o cemitério. Mas tudo ainda estava vazio: faltava gente.

Não demorou. As ruas juntaram tanta poeira que o homem não teve escolha a não ser passar a existir, para varrê-las. À tardinha, sentar na varanda das casas e reclamar da pobreza, falar mal dos outros e olhar para as calçadas encardidas de sol, os ônibus da volta do trabalho sujando tudo de novo.


HERINGER, V. O amor dos homens avulsos. São Paulo: Cia. das Letras, 2016.


Traçando a gênese simbólica de sua cidade, o narrador imprime ao texto um sentido estético fundamentado na

excentricidade dos bairros cariocas de sua infância.

perspectiva caricata da paisagem de traços deteriorados.

importância dos fatos relacionados à história dos subúrbios.

diversidade dos tipos humanos identificados por seus hábitos.

3.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

3 mins • 1 pt

1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade.

2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais de nossa poesia.

3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.

4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.

5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também numa corrida sobre o circuito da sua órbita.

6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto e munificiência, para aumentar o entusiástico fervor dos elementos primordiais.


MARINETTI, F. T. Manifesto futurista. In: TELES, G. M. Vanguardas europeias e Modernismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1985.


O documento de Marinetti, de 1909, propõe os referenciais estéticos do Futurismo, que valorizam a

composição estática.

inovação tecnológica.

suspensão do tempo.

retomada do helenismo.

4.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

3 mins • 1 pt

Essa lua enlutada, esse desassossego

A convulsão de dentro, ilharga

Dentro da solidão, corpo morrendo

Tudo isso te devo. E eram tão vastas

As coisas planejadas, navios,

Muralhas de marfim, palavras largas

Consentimento sempre. E seria dezembro.

Um cavalo de jade sob as águas

Dupla transparência, fio suspenso

Todas essas coisas na ponta dos teus dedos

E tudo se desfez no pórtico do tempo

Em lívido silêncio. Umas manhãs de vidro

Vento, a alma esvaziada, um sol que não vejo


Também isso te devo.


HILST, H. Júbilo, memória, noviciado da paixão. São Paulo: Cia. Das Letras, 2018.


No poema, o eu lírico faz um inventário de estados passados espelhados no presente. Nesse processo, aflora o

cuidado em apagar da memória os restos do amor.

amadurecimento revestido de ironia e desapego.

mosaico de alegrias formado seletivamente.

desejo reprimido convertido em delírio.

5.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

3 mins • 1 pt

A viagem


Que coisas devo levar

nesta viagem em que partes?

As cartas de navegação só servem

a quem fica.

Com que mapas desvendar

um continente

que falta?

Estrangeira do teu corpo

tão comum

quantas línguas aprender

para calar-me?

Também quem fica

procura

um oriente.

Também

a quem fica

cabe uma paisagem nova

e a travessia insone do desconhecido

e a alegria difícil da descoberta.

O que levas do que fica,

o que, do que levas, retiro?


MARQUES, A. M. In: SANT’ANNA, A (Org.). Rua Aribau. Porto Alegre: Tag, 2018.


A viagem e a ausência remetem a um repertório poético tradicional. No poema, a voz lírica dialoga com essa tradição, repercutindo a

saudade como experiência de apatia.

presença da fragmentação da identidade.

negação do desejo como expressão de culpa.

revelação de rumos projetada pela vivência da solidão.

6.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

3 mins • 1 pt

Ela nasceu lesma, vivia no meio das lesmas, mas não estava satisfeita com sua condição. Não passamos de criaturas desprezadas, queixava-se. Só somos conhecidas por nossa lentidão. O rastro que deixaremos na História será tão desprezível quanto a gosma que marca nossa passagem pelos pavimentos.

A esta frustração correspondia um sonho: a lesma queria ser como aquele parente distante, o escargot. O simples nome já a deixava fascinada: um termo francês, elegante, sofisticado, um termo que as pessoas pronunciavam com respeito e até com admiração. Mas, lembravam as outras lesmas, os escargots são comidos, enquanto nós pelo menos temos chance de sobreviver. Este argumento não convencia a insatisfeita lesma, ao contrário: preferiria exatamente terminar sua vida desta maneira, numa mesa de toalha adamascada, entre talheres de prata e cálices de cristal. Assim como o mar é o único túmulo digno de um almirante batavo, respondia, a travessa de porcelana é a única lápide digna dos meus sonhos.


SCLIAR, M. Sonho de lesma. In: ABREU, C. F. et al. A prosa do mundo. São Paulo: Global, 2009.


Incorporando o devaneio da personagem, o narrador compõe uma alegoria que representa o anseio de

rejeitar metas de superação de desafios.

restaurar o estado de felicidade de desafios.

materializar expectativas de natureza utópica.

rivalizar com indivíduos de condição privilegiada.

7.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

3 mins • 1 pt

– Famigerado? [...]

– Famigerado é “inóxio”, é “célebre”, “notório”, “notável” ...

– Vosmecê mal não veja em minha grossaria no não entender. Mais me diga: é desaforado? É caçoável? É de arrenegar? Farsância? Nome de ofensa?

– Vilta nenhuma, nenhum doesto. São expressões neutras, de outros usos ...

– Pois ... e o que é que é, em fala de pobre, linguagem de em dia de semana?

– Famigerado? Bem. É: “importante”, que merece louvor, respeito ...


ROSA, G. Famigerado. In: Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.


Nesse texto, a associação de vocábulos da língua portuguesa a determinados dias da semana remete ao

local de origem dos interlocutores.

estado emocional dos interlocutores.

grau de coloquialidade da comunicação.

nível de intimidade entre os interlocutores.

Create a free account and access millions of resources

Create resources

Host any resource

Get auto-graded reports

Google

Continue with Google

Email

Continue with Email

Classlink

Continue with Classlink

Clever

Continue with Clever

or continue with

Microsoft

Microsoft

Apple

Apple

Others

Others

By signing up, you agree to our Terms of Service & Privacy Policy

Already have an account?