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12th Grade

Hard

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1.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

30 sec • 1 pt

(FGV / MEC / Documentador)

Atentado à Democracia

Um relatório da Associação Nacional de Jornais (ANJ) revelou que, nos últimos doze meses, foram registrados no Brasil 31 casos de violação à liberdade de imprensa. Destes, dezesseis são decorrentes de sentença judicial – em geral, proferida por juízes de primeira instância. Trata-se de uma anomalia e de uma temeridade. Anomalia porque há muito o Judiciário tem mostrado seu compromisso com a defesa da liberdade de imprensa e do livre pensamento, que é princípio fundamental dos regimes democráticos e cláusula pétrea da Constituição. A derrubada, pelo Supremo Tribunal Federal, da Lei de Imprensa, instrumento de intimidação criado no regime militar, é só um exemplo recente dessa convicção. Assim, um juiz que, de forma monocrática, decide impor a censura a um veículo passa a constituir uma aberração dentro do poder que ele representa. A frequência com que esse tipo de atitude tem se repetido é uma ameaça aos valores democráticos do país e tem como consequência prática e deletéria o prejuízo do interesse público, já que se priva a sociedade do direito à informação.

(Veja, 26 ago.2009.)


Os dois adjetivos que são adequados ao texto lido são:

informativo e narrativo;

narrativo e normativo;

normativo e descritivo;

descritivo e argumentativo;

argumentativo e informativo.

2.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

30 sec • 1 pt

Perda de oportunidades no trabalho

As empresas vinculadas ao setor de petróleo no Brasil treinaram e formaram mais de 80 mil profissionais desde 2007, em um programa de qualificação que abrange do nível básico a cursos de pós-graduação. Mesmo assim, não conseguiram atender a toda a demanda de pessoal qualificado identificada pelo setor. A exemplo do petróleo, vários outros ramos de atividade industrial, da construção ou de serviços têm se envolvido diretamente na formação e

treinamento de profissionais que não estão disponíveis no mercado.

Nem por isso os índices de desemprego se tornaram irrelevantes no país. Há muitas pessoas que permanecem sem ocupação por serem inabilitadas às vagas e aos cargos que o mercado oferece. São numerosas oportunidades perdidas que se multiplicarão, se a economia brasileira continuar com seu impulso de crescimento – e a qualidade da educação continuar baixa. Afinal, a dificuldade de se formar e qualificar profissionais na velocidade que o mercado hoje demanda se deve, em grande parte, a deficiências do sistema de ensino brasileiro.

Um enorme contingente de jovens deixa as escolas ainda com falta de capacidade de aprender. O ensino técnico profissionalizante, com honrosas exceções, passou anos sem sintonia com o mundo real. A escassez de profissionais

qualificados vem forçando uma transformação nesse sistema de ensino, e algumas iniciativas inovadoras começam a apresentar resultados, o que pode motivar a

reprodução dessa experiência pelo país inteiro. No caso do Estado do Rio, merecem atenção os chamados Centros de Vocação Tecnológica, mais voltados para jovens da região metropolitana.

Esses centros se diferem do ensino técnico convencional porque ministram cursos de curta duração (de dois meses a um ano, essencialmente) e buscam atender a demandas específicas de grupos de empresas localizadas em suas proximidades.

Os planos das autoridades responsáveis por esses centros são de ampliar o número de vagas para 54 mil alunos ainda este ano.

O ensino técnico profissionalizante de fato precisa hoje correr contra o relógio, pois, se persistir a falta de pessoal qualificado, as oportunidades acabam definitivamente perdidas pela desistência dos potenciais empregadores.

Mas, simultaneamente a essa premência de curto prazo, espera-se que a cadeia de ensino no país, da pré-escola à universidade, acelere ou implante programas que possibilitem um substancial salto de qualidade. Educadores já contam com ferramentas pedagógicas e tecnológicas que facilitam essa aceleração. O ensino a distância, mais acessível graças às telecomunicações e aos recursos da informática, pode romper barreiras que antes impediam a universalização de um sistema educacional de boa qualidade.

O aproveitamento das oportunidades que estão surgindo é valioso porque, além da realização pessoal na vida profissional, é um atalho para melhora dos níveis de renda e de bem-estar de fatias cada vez maiores da população brasileira.

Ao lado dos indicadores macroeconômicos, precisamos acompanhar os referentes ao sistema de ensino em geral, e, especificamente, os relativos ao ensino profissionalizante. Sem melhorar a educação pública, milhões continuarão

prisioneiros do assistencialismo, e as empresas, desassistidas.

(O Globo, 28 abr.2010.)


O texto classifica-se como:

descritivo;

narrativo;

dissertativo expositivo;

dissertativo argumentativo;

descritivo-narrativo.

3.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

30 sec • 1 pt

O futuro das cidades é verde

Cada vez mais humanos vivem em cidades. Somos 3,3 bilhões de pessoas em áreas urbanas – o que corresponde a 51% da população mundial, contra 49% de habitantes de áreas rurais, segundo dados da ONU. Apesar da escalada das megalópoles ao longo do século XX, essa inversão ocorreu em escala global apenas em 2008. No Brasil, o fenômeno consolidou-se já na década de 70. Hoje, apenas 16% dos 192 milhões de brasileiros vivem na zona rural, de acordo com o IBGE. Com tanta gente ocupando o mesmo espaço, agravam-se os problemas de saneamento, transporte e uso de recursos naturais, entre muitos outros. Como solucionar esses problemas é a pergunta do momento.

Durante o mês de março, o Brasil transforma-se em sede de três eventos que pretendem respondê-la. A Conferência Internacional das Cidades Inovadoras (CICI2010) recebeu especialistas e prefeitos de diversas partes do mundo entre os dias 10 e 13, em Curitiba (PR). Na sequência, acontecem a Conferência Latino-Americana de Saneamento (Latinosan 2010), de 14 a 18 em Foz do Iguaçu (PR), e a Primeira Jornada Internacional sobre Energias Renováveis, Eficiência Energética e Poder Local, em Betim (MG), entre os dias 17 e 19.

Um dos especialistas escalados para a CICI2010 é o americano Marc Weiss, presidente da organização Global Urban Development (Desenvolvimento Global Urbano). O gestor acredita que o principal desafio à nossa frente é gerar crescimento econômico sustentável e qualidade de vida para todos em todos os lugares. “Com uma combinação de inovação tecnológica e uma elevada eficiência, as cidades poderão gerar uma expansão substancial de negócios e empregos o que vai culminar em comunidades mais saudáveis e em harmonia com os ciclos da natureza”, diz. O fato de eventos como esses acontecerem por aqui não é mera coincidência. O País vem se tornando protagonista no combate às mudanças climáticas, principalmente depois da Conferência do Clima da ONU (COP-15), realizada em dezembro em Copenhague, na Dinamarca.

Na ocasião, o governo brasileiro apresentou metas ambiciosas de redução de emissões de gases do efeito estufa, um dos grandes problemas gerados pela concentração de automóveis em centros urbanos. “O Brasil está se tornando um líder mundial no trabalho de estabelecer um novo e alto padrão de desenvolvimento urbano e industrial sustentável”, acredita Weiss. “O desenvolvimento sustentável é política de governo em algumas cidades, e não apenas um conjunto de medidas dirigidas a questões pontuais”, diz Laura Valente de Macedo, diretora regional para América Latina e Caribe do ICLEI Governos Locais pela Sustentabilidade. Ela cita Freiburg, Bonn (ambas na Alemanha), Malmö e Växjo (as duas na Suécia) como exemplos. “Entre suas muitas iniciativas, todas têm em comum a ênfase no uso de energias renováveis, como a solar, o biogás e a eólica”, afirma. Há quem esteja ousando ainda mais nesse desafio. O escritório Gale International está construindo – em parceria com a gigante de tecnologia

Cisco – a cidade mais sustentável do mundo. Nova Songdo, na Coreia do Sul, deve ficar pronta em 2015 e contará com tecnologias que reduzem o consumo de energia e utilizam materiais naturais e reciclados.

Existem planos para construir mais 20 centros urbanos parecidos na China e na Índia nos próximos anos. Uma excelente oportunidade para o Brasil ter cidades que se aproximem desse sonho são os eventos esportivos que o País vai sediar nos próximos anos. Para receber a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, os organizadores tiveram de se submeter a uma série de medidas ambientais. Coleta seletiva do lixo, uso racional de água, economia de energia e transportes que usem combustível de forma racional são algumas delas. Mesmo que não houvesse essa obrigatoriedade, até lá já viveremos um outro tempo. O Protocolo de Kyoto vence em 2012. Ou seja: o mundo terá uma nova política de emissões de gases estufa. No mesmo ano, acontece a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro – reedição da Rio-92. A bola está conosco.

(JULIÀO, André.. Isto É, ed. 2105, março 2010. Com adaptações)

Quanto à sua tipologia, o texto deve ser classificado como:

narrativo;

descritivo;

injuntivo;

oratório;

dissertativo

4.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

30 sec • 1 pt

Financiamento de campanhas eleitorais: aspectos éticos

Além dos aspectos legais, as empresas que decidirem participar do processo eleitoral devem buscar procedimentos éticos na tomada de decisões relacionadas ao financiamento de candidatos e partidos políticos.

Tradicionalmente, os controladores das empresas são os responsáveis pela decisão de como os recursos devem ser distribuídos entre candidatos e partidos. Os sócios e colaboradores dificilmente são consultados, e muitas vezes o apoio reflete mais as posições pessoais dos controladores do que os valores e princípios das empresas.

A consulta aos sócios e colaboradores sobre candidatos e partidos que a empresa deve apoiar não implica, necessariamente, transformar a decisão desse apoio em algo coletivo. O simples fato de consultá-los ajuda a criar um ambiente socialmente responsável nas empresas. É certo que a separação dos valores e princípios pessoais dos controladores dos valores e princípios das empresas e, mais ainda, a transformação dessa dissociação em um novo critério para a tomada de decisões sobre aspectos tão sensíveis como o apoio a determinado partido ou candidato ainda é uma atitude difícil para grande parte dos empresários. Também é certo, por outro lado, que, ao aumentarem a transparência do processo de tomada de decisões, as empresas adquirem o respeito das pessoas e comunidades que são impactadas por suas atividades e são gratificadas com o reconhecimento e engajamento dos seus colaboradores e a preferência dos consumidores, em consonância com o conceito de responsabilidade social, o qual, é sempre bom lembrar, está se tornando cada vez mais fator de sucesso empresarial e abrindo novas perspectivas para a construção de um mundo economicamente mais próspero e socialmente mais justo.

Outra iniciativa que pode ter grande impacto junto aos colaboradores, parceiros e sócios das empresas é a promoção de debates sobre o processo eleitoral e o funcionamento e atribuições das instâncias de poder em jogo nas eleições (Presidência da República, Senado, Câmara Federal e Assembleias Legislativas). As empresas podem convidar candidatos, cientistas políticos, jornalistas e administradores públicos para a discussão de ideias, propostas e conceitos.

Também podem incentivar debates políticos dentro da empresa, bem como trazer matérias sobre o tema em publicações internas. É importante desmistificar a ideia

de que política é uma sujeira só e sem utilidade. Essa é uma forma de contribuir para aumentar a consciência política e a qualidade do voto dentro de toda a cadeia produtiva, entre os parceiros e colaboradores. Esse procedimento ajuda a criar na sociedade ambiente ético e transparente, acentuando a democracia nas relações sociais e políticas.

Além de consultar sócios, parceiros e colaboradores e de realizar debates, as empresas podem também promover campanhas de esclarecimento junto a seus colaboradores. Um conceito útil para ser adotado é o do voto consciente.

Infelizmente, ainda hoje assistimos no Brasil a fenômenos que há muito deveriam ter sido excluídos da vida política nacional, como a compra de votos e a atitude de diversos candidatos, durante as campanhas eleitorais, de “doar” cestas básicas e toda a sorte de brindes em troca da promessa de voto dos eleitores. O conceito de voto consciente é justamente o contraponto dessas práticas, visando estabelecer critérios racionais que façam do voto um instrumento de cidadania. Voto consciente é aquele em que o cidadão pesquisa o passado dos candidatos, avalia suas histórias de vida e analisa se as promessas e programas eleitorais são coerentes com as práticas dos candidatos e de seus partidos.

(Instituto Ethos. A Responsabilidade Social das Empresas no Processo Eleitoral.

Disponível em: <www.ethos.org.br>. Com adaptações.)

O texto se classifica como:

narrativo;

injuntivo;

descritivo;

dissertativo;

epistolar.

5.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

30 sec • 1 pt

A sua vez

Boa parte das brincadeiras infantis são um ensaio para a vida adulta. Criança brinca de ser mãe, pai, cozinheiro, motorista, polícia, ladrão (e isso, você sabe, não implica nenhum tipo de propensão ao crime). E, ah, quando não há ninguém por perto, brinca de médico também. É uma forma de viver todas as vidas possíveis antes de fazer uma escolha ou descoberta. Talvez seja por isso que a gente pare de brincar aos poucos – como se tudo isso perdesse o sentido quando viramos adultos de verdade. E tudo agora é para valer. Mas será que parar de brincar é, de fato, uma decisão madura?

Atividades de recreação e lazer estimulam o imaginário e a criatividade, facilitam a socialização e nos ajudam a combater o estresse. Mas, se tudo isso for o objetivo, perde a graça, deixa de ser brincadeira. Vira mais uma atividade produtiva a cumprir na agenda. Você só brinca de verdade (ainda que de mentirinha) pelo prazer de brincar. E só. Como escreveu Rubem Alves, quem brinca não quer chegar a lugar nenhum – já chegou.

Leandro Quintanilha

Quanto à tipologia, o Texto I classifica-se como:

injuntivo;

narrativo;

descritivo;

expositivo;

argumentativo.

6.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

30 sec • 1 pt

PRAZER E VOCAÇÃO

Os anos ensinaram-me algumas lições. A primeira delas vem de Leonardo da Vinci, que dizia que “A sabedoria da vida não está em fazer aquilo que se gosta, mas em gostar daquilo que se faz”. Sempre imaginei que fosse o contrário, porém, refletindo, passei a compreender que quando estimamos aquilo que fazemos, podemos nos sentir completos, satisfeitos e plenos, ao passo que se apenas procurarmos fazer o que gostamos, estaremos sempre numa busca insaciável, porque o que gostamos hoje não será o mesmo que prezaremos amanhã.

Todavia, é indiscutivelmente importante aliar prazer às nossas aptidões; encontrar o talento que reside dentro de cada um de nós, ao que chamamos de vocação. Oriunda do latim vocatione e traduzida literalmente por “chamado”, simboliza uma espécie de predestinação imanente a cada pessoa, algo revestido de certa magia e divindade.(…)

Escolhas são feitas com base em nossas preferências. E aí recorro novamente à etimologia das palavras para descobrir que o verbo preferir vem do latim praeferere e significa “levar à frente”. Parece-me uma indicação clara de que nossas escolhas devem ser feitas com os olhos no futuro, no uso de nosso livre arbítrio.

O mundo corporativo nos guarda muitas armadilhas. Trocar de empresa ou de atribuição, por exemplo, são convites permanentes. O problema de recusá-los é passar o resto da vida se perguntando “O que teria acontecido se eu tivesse aceitado?”. Prefiro não carregar comigo o benefício desta dúvida, por isso opto por assumir riscos evidentemente calculados e seguir adiante. Dizem que somos livres para escolher, porém, prisioneiros das consequências…

Para aqueles insatisfeitos com seu ambiente de trabalho, uma alternativa à mudança de empresa é postular a melhoria do ambiente interno atual. Dialogar e apresentar propostas são um bom caminho. De nada adianta assumir uma postura meramente defensiva e crítica. Lembre-se de que as pessoas não estão contra você, mas a favor delas.

Por fim, combata a mediocridade em todas as suas vertentes. A mediocridade de

trabalhos desconectados com sua vocação, de empresas que não valorizam funcionários, de relacionamentos falidos. Sob este aspecto, como diria Tolstoi, “Não se pode ser bom pela metade”. Meias-palavras, meias-verdades, meias-mentiras, meio caminho para o fim.

Os gregos não escreviam obituários. Quando um homem morria, faziam umapergunta: “Ele viveu com paixão?”.

QUAL SERIA A RESPOSTA PARA VOCÊ?

COELHO, Tom. Disponível em: <http://www.catho.com.br/jcsinputer_view.phtml?

id=6415>. Acesso em: 07 mai. 2008. (adaptado)

Quanto ao tipo, o texto classifica-se predominantemente, como:

expositivo;

injuntivo;

descritivo;

narrativo;

argumentativo.

7.

MULTIPLE CHOICE QUESTION

30 sec • 1 pt

A era do tô me achando

“Bacanas teus óculos”, falei. Leves, classudos, num tom esportivamente escuro, cada lente com uma sombra que subia de baixo para cima, tornavam misterioso o olhar do amigo, um jovem editor. Comentei que nunca o tinha visto de óculos. Ele devolveu: “Pois é, mas eu estava com a vista cada vez mais cansada, até que fui ao oculista e ele me disse que precisava usar. Dois graus de miopia.

Excesso de leitura. Fazer o quê…”, compungiu-se, o olhar vago, empurrando o par de lentes nariz acima com um charme intelectualmente sofrido. Mês depois, encontrei uma amiga cujo pai é oftalmologista. Entre anedota e outra, ela me contou que um curioso cliente do pai havia pedido um modelo de óculos sem grau. É, era ele mesmo – o editor.

Vivemos tempos curiosos. A cada segundo, e através de todos os meios possíveis, somos expostos aos corpos mais perfeitos, às biografias mais irretocáveis, à pose generalizada de famosos e anônimos. Vaidade pura. Mas um momento: você já experimentou sair por aí todo mulambento, comparecer despenteado a uma entrevista de emprego, esconder de parentes e amigos aquele êxito nos estudos? Impossível, não? Porque, hoje, não ter vaidade – não ter o hábito de apregoar aos quatro cantos, reais e virtuais, o quanto você pode ser atraente, sensacional e único – parece ser um dos maiores pecados da nossa era, esse tempo em que todo mundo parece estar “se achando”.

Por isso, os óculos de araque do meu amigo. No meio altamente intelectualizado em que ele vive, circulando entre Festas Literárias de Paraty e debates seguidos de sessões de autógrafo nas livrarias mais chiques do eixo Rio-São Paulo, ostentar uma armação bacanuda é o equivalente, em termos culturais, às pernas muito bem torneadas – horas de academia – da mocinha da novela das 8. Ou seja: tudo é vaidade.

(BRESSANE, Ronaldo. Vida simples. out. 2009.)

Em qual sequência é caracterizada uma descrição?

“Leves, classudos, num tom esportivamente escuro, cada lente com uma sombra que subia de baixo para cima,”

“‘Pois é, mas eu estava com a vista cada vez mais cansada, até que fui ao oculista…’”

“Mês depois, encontrei uma amiga cujo pai é oftalmologista.”

“ela me contou que um curioso cliente do pai havia pedido um modelo de óculos sem grau."

“É, era ele mesmo – o editor.”

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